NOTÍCIA

Edição 225

Ontem, hoje e amanhã

A passagem do tempo é o tema de três publicações recentes

Publicado em 11/01/2016

por Redação revista Educação

Ontem, hoje e amanhã

 

Divulgação
Ilustrações de Laurent Moreau extraídas do livro Depois

 
Em que ano estamos, qual o tempo de duração de um filme, quanto meses faltam para o início da primavera. Questões como essas não são muito bem compreendidas pelas crianças pequenas, que têm uma noção muito rudimentar do tempo. Sem dominar conceitos como presente, passado e futuro, elas constroem sequências temporais com base nas experiências que vivenciam. A hora do jantar é associada com o anoitecer e, não raro, a idade de uma pessoa com o seu tamanho.

Da mesma forma, a passagem do tempo é percebida por meio da observação de situações reais. Atentas e curiosas, elas notam que as folhas das árvores caem e os filhotes de animais crescem com o passar do tempo.
Sabendo o quanto esses “enigmas” instigam as crianças, muitas obras infantis centram-se na questão temporal, como é o caso de três publicações recentes. Depois, do ilustrador francês Laurent Moreau, aborda uma gama variada de situações pela visão de um garoto observador da natureza e de seu cotidiano. Ele nota a transformação de fenômenos físicos, como o que acontece depois da semeadura do solo e da chegada do verão, e também dos estados emocionais. O que vem depois da raiva, da briga e de uma animada tarde com os primos são algumas das situações percebidas pelo menino.
Outro destaque é Com o tempo, da escritora portuguesa Isabel Minhós Martins. Ela aborda como as pequenas coisas do cotidiano, com o tempo, evoluem para outro estado. Os tapetes desbotam, a borracha se desgasta, os pães ficam duros e os livros amarelecem. A autora também estimula as crianças a perceber as mudanças que acontecem em cada um de nós – a pele se torna fina e enrugada e, indo um pouco além da simples passagem do tempo, até nossos gostos se alteram. O que antes era feio se torna bonito, e vice-versa.  “Com o tempo também conseguimos ver o tempo”, adianta Isabel aos leitores.
Finalmente, A árvore das estações que vêm e vão, da ilustradora alemã Britta Teckentrup, tem como foco os ciclos da natureza. Do alto de uma árvore, uma coruja assiste à passagem dos dias e das noites ao longo de um ano. Nesse processo, ela capta o crescimento das primeiras plantinhas depois do derretimento da neve, a agitação dos esquilos com a chegada da brisa primaveril, o encorpar das folhas, a chegada das abelhas com o verão, os tons de azul que colorem o céu no outono e, novamente, a instalação do inverno e do silêncio que vem junto dele. Assim como as demais obras, esta também é acompanhada de belas ilustrações que ajudam a enriquecer as histórias e a ressaltar o efeito do tempo sobre as coisas e as pessoas.


OUTRAS LEITURAS
João: o menino mais rico do mundo, de Francisco Abreu
(Editora Terceiro Nome, 56 págs., R$ 35)
Baseado na peça O menino mais rico do mundo, também de autoria do dramaturgo mineiro Francisco Abreu, o livro conta a história de João, jovem catador de sucata que sai pelo mundo à procura de um pai. O garoto não tem brinquedos, videogames ou livros. Mas sua busca mostra que, apesar das dificuldades, a felicidade pode estar nas delicadezas do mundo.
Tenório – Um artista iniciante, de Lawrence Schimel
(Berlendis & Vertecchia Editores, 56 págs., R$ 46)
Tenório é um jovem pintor que, inseguro, aceita palpites de todas as pessoas que o cercam. Sua preocupação é agradar a todos e fugir das críticas, das quais ainda assim não escapa. Para criar a história, o autor se inspirou em episódios da vida de Van Gogh e Claude Monet, que em determinados momentos tiveram suas obras duramente criticadas.
Por que o papai ficou careca?, de Clarice Uba
(Lume Livros, 40 págs., R$ 48,90)
A obra explora as curiosidades das crianças sobre o corpo humano. Por que o papai ficou careca? Por que nós sentimos dor? Por que não enxergamos no escuro? Para os adultos, essas podem ser perguntas com respostas óbvias. Para as crianças, são questões intrigantes que merecem atenção e respostas com ilustrações bem coloridas, de preferência.

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Redação revista Educação


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