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Onde a matemática encontra a arte?

Livro de Dirceu Zaleski Filho descreve a imbricação dos dois campos ao longo da história da humanidade

Publicado em 04/07/2014

por Redacao

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Ligar a matemática com suas fórmulas, gráficos, teorias e lógica à arte parece, à primeira vista, algo impossível, uma vez que a arte é, entre outras coisas, um canal de expressão e manifestação de sentimentos. Basta lembrar-se de quando ouvimos músicas ou contemplamos um quadro. Entretanto, alguns pesquisadores vão a fundo para responder como as duas áreas estão interligadas.

Dirceu Zaleski Filho é um deles. Em Matemática e Arte, ele descreve de diversas maneiras que a matemática está impregnada na arte: suas formas, relações, proporções, geometrias permeiam pinturas, esculturas, obras musicais e mais uma série de objetos culturais. Essa constatação fica evidente conforme avançamos pelos capítulos, organizados para conduzir o leitor por épocas distintas.

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A primeira parada é a Grécia Antiga, terreno ideal para apreciar a imbricação dos dois campos. A formulação da geometria euclidiana e da simetria é prova disso, bem como a estruturação dos currículos gregos, como o Quadrivium. Como o autor nos lembra, ele era composto por aritmética, música, geometria e astronomia – a música seria a aritmética aplicada, e a astronomia, a geometria aplicada.

Quando chegamos ao Renascimento, o leitor se depara com a presença destacada de Leonardo Da Vinci, um grande artista, cientista e estudioso da matemática que aprendeu grego para poder estudar a disciplina e utilizar sua lógica na condução de pesquisas e experimentos.

Sobre o Brasil especificamente, Dirceu resgata como se deu a implantação do ensino superior em matemática, descreve a importância de Euclides Roxo e a influência de Felix Klein para a introdução da matemática na Educação Básica e destaca a influência da disciplina na Semana de 22.

A obra se encerra com uma análise sobre o pintor holandês Mondrian, considerado um dos precursores da “matemática visual” devido ao uso das imagens computacionais de funções matemáticas elaboradas por softwares.

No contexto apresentado, o autor proporciona ao leitor uma deleitável viagem pela história do conhecimento, mostrando o que aconteceu na matemática e, em paralelo, na arte. As imagens das obras de arte iluminam o passeio. Vale a leitura.

*Claudia Sabba, doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)

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