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Caminho para as ciênciasCom a intenção de promover uma mudança profunda no ensino de ciências nos EUA, 26 estados norte-americanos e associações de pesquisa e de professores da área elaboraram o “Next Generation Science Standards: for States, by States” (“Padrões de ciências da nova geração: […]

Publicado em 06/09/2013

por Redação revista Educação

Caminho para as ciências
Com a intenção de promover uma mudança profunda no ensino de ciências nos EUA, 26 estados norte-americanos e associações de pesquisa e de professores da área elaboraram o “Next Generation Science Standards: for States, by States” (“Padrões de ciências da nova geração: para os estados, pelos estados”, em tradução livre), um documento publicado em abril que deve servir de guia para a nova abordagem da disciplina. O texto propõe a ênfase na participação ativa dos alunos em problemas científicos, de forma integrada à aprendizagem dos conceitos, com base em um currículo mais enxuto, que priorizaria o pensamento crítico. Como levar esse projeto à realidade, no entanto, é uma tarefa mais difícil e depende do desenvolvimento profissional oferecido aos docentes que já têm experiência em sala de aula, propõe o artigo publicado na revista Science pela pesquisadora Suzanne M. Wilson, do departamento de educação de professores da Michigan State University.
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Preparo em larga escala
Suzanne faz uma comparação entre estudos a respeito do tema no texto “Professional Development for Science Teachers” (“Desenvolvimento profissional para professores de ciências”) e avalia que ajudar os docentes a adquirir conhecimento, habilidade e vontade de atender a esses novos padrões exige um programa de desenvolvimento profissional em larga escala de alta qualidade e adaptável a uma “miríade de contextos”.

Segundo a pesquisadora, esses estudos lançam luz sobre algumas características que tornariam um desenvolvimento profissional em ciências eficaz: o foco no conteúdo específico; o envolvimento dos professores na aprendizagem ativa; a participação coletiva dos professores; a coerência com políticas e práticas da escola; uma duração suficiente (em intensidade e horas).

A pesquisadora acrescenta que os estudos enfatizam a importância de um forte apoio dos diretores e indicam cinco fatores complementares relevantes para um desenvolvimento profissional eficaz nessa área: propiciar que os professores realizem atividades próximas da prática; que tenham conforto físico e psicológico; participem de imersão em experiências de investigação e presenciem modelos de ensino por pesquisa; tenham materiais curriculares educativos; recebam instrução direta no ensino específico com materiais inovadores.

Debate chileno
A destituição de Harald Beyer do Ministério da Educação do Chile – após ser acusado de conivência com o lucro das instituições educacionais – e a posse de Carolina Schmidt, que já é o quarto nome a assumir a pasta durante a presidência de Sebastián Piñera, não esfriaram o movimento estudantil no país. Ao contrário: as manifestações dos estudantes chilenos, que reivindicam a educação pública gratuita, o fim do lucro nas escolas e universidades, além da desmunicipalização das escolas de ensino fundamental e médio, acabam de completar dois anos e continuam levando o assunto para o centro do debate político. Em um dos protestos de agosto, a três meses da eleição presidencial no Chile, foi a vez de os estudantes contestarem a candidata (e ex-presidente) Michelle Bachelet, do Partido Socialista, que anunciou um projeto de reforma educacional para o caso de ela ser eleita.

Cerca de 20 jovens ocuparam as dependências do Partido Socialista e penduraram uma faixa com a frase “Yo no voto por este sistema” (“Eu não voto por este sistema”, em tradução livre), uma campanha da Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundários (Aces) que chama os cidadãos a não participar das eleições presidenciais e parlamentares do Chile no dia 17 de novembro, e afirmaram que “o movimento estudantil e social não tem candidatos”.

Além disso, leram uma declaração pública na qual acusam Michelle Bachelet de se contradizer constantemente sobre qual será sua real posição a respeito da educação e de não ter ouvido as reivindicações dos estudantes durante seu governo. Os estudantes da Aces também criticam os ex-líderes estudantis que se candidataram ao parlamento, como Camila Vallejo e Giorgio Jackson. Para a Aces, as intenções políticas desses candidatos se sobrepõem ao interesse de lutar por demandas sociais.

Segundo Michelle Bachelet, o projeto prevê o fim do lucro e um “avanço sustentável” até a gratuidade universal da educação. Entre as propostas estão a abertura de 4.500 salas para incluir 90 mil crianças de 0 a 2 anos no sistema pré-escolar e de outras 1.200 salas para incorporar 34 mil crianças de 3 a 5 anos. Além disso, o plano é levar a gratuidade do ensino superior a 70% dos estudantes durante seu eventual mandato e garantir a universalização do acesso à etapa em um prazo de seis anos. O projeto toma uma proporção ainda mais desafiadora quando contrastado com o atual interesse dos chilenos na carreira docente.

Matrículas em crise
Dados do Conselho Nacional de Educação do Chile apontam que os cursos de “pedagogia básica”, “pedagogia em história e geografia” e “pedagogia em educação física” estão entre as dez carreiras com maior queda de matrícula entre 2005 e 2013. Se as inscrições em “pedagogia básica” somavam 4% (26 mil) do total (638 mil) na educação superior em 2005, em 2013 elas são 1,4% (14 mil) do conjunto (1 milhão) de universitários.

Plano indefinido

O déficit de professores de ciências no Brasil voltou a ser abordado pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mas novamente não há definições sobre o programa de estímulo à licenciatura nas áreas de exatas e biológicas, já anunciado, mas não consolidado. Durante o evento Sala Mundo, realizado em Curitiba no mês de agosto, Mercadante afirmou que o plano inicial do MEC é pagar uma bolsa mensal de R$ 150 a 100 mil estudantes “para estimular a vocação em ciências”. A ideia é que os alunos tenham o estudo orientado por tutores.

Olhares de inclusão
A história de Débora Seabra, a primeira professora do Brasil com síndrome de Down, chamou a atenção do país no mês de agosto, quando lançou seu livro de fábulas sobre inclusão, Débora conta histórias (Araguaia Infantil, 32 págs., R$ 34,90). Aos 32 anos, ela trabalha como professora assistente em um colégio particular de Natal (RN), após ter estudado em escolas regulares e concluído o magistério no ano de 2005. Assim como Débora, muitos deficientes lutam hoje por uma perspectiva de vida inclusiva em todo o mundo. E é justamente este o tema central do festival de cinema “Assim vivemos”, que chega a São Paulo no início de outubro. A programação conta com 26 médias e longas-metragens, sendo seis títulos brasileiros: Estrangeiros, De arteiro a artista, Gigantes da alegria, Diário do não ver, Meu olhar diferente sobre as coisas e Um dia especial. Este foi o ano com mais inscrições de filmes do Brasil na mostra, que é bienal e está em sua sexta edição.

Com programação inédita, um dos destaques do festival é O preço da não liberdade, de Miglena Atanasova (Bulgária, 2012 / 28 min), que trata de como o dinheiro público poderia ser mais bem investido em melhorar as condições de vida das pessoas com deficiência para que pudessem ampliar suas possibilidades de independência. O filme critica as instituições que se dedicam exclusivamente ao cuidado, deixando o apoio à autonomia em segundo plano. Já o documentário franco-canadense Filhos de surdos, de Marie-Eve Nadeau (2013 / 52 min.), mostra a comunicação entre pais surdos e filhos ouvintes, que mesclam as diferentes linguagens, o silêncio e o som em busca de entendimento mútuo.

A linguagem e a experiência familiar também são cruciais no filme norueguês A criança que sussurra, de Heidi Sundby (2011 / 28 min), que aborda os desafios do autismo. Todas as sessões do festival contam com recursos de audiodescrição, legendas com informações extra-diálogos e intérpretes de LIBRAS. Além da exibição dos filmes, a mostra propõe debates sobre seus principais temas.

Festival de cinema “Assim vivemos” – 6ª edição
Entrada gratuita
Programação completa:
www.assimvivemos.com.br
São Paulo – de 2 a 12 de outubro
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Tel.: (11) 3113-3651 / 3652
Brasília – em janeiro (data a definir)
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
SCES, Trecho 02, Lote 22
Tel.: (61) 3108-7600

O Censo em mapas

A distribuição espacial da população brasileira, os fluxos populacionais no território, as condições de habitação, o perfil socioeconômico, a diversidade cultural e outros dados coletados pelo Censo 2010 estão organizados no Atlas do Censo Demográfico 2010. Recém-lançada pelo IBGE e disponível on-line, a publicação é composta tanto por materiais em PDF quanto por mapas interativos, que podem ser aproveitados em sala de aula. Entre eles, o mapa comparativo das aglomerações urbanas em todo o mundo e os gráficos sobre movimentos migratórios no Brasil.

Os dados sobre educação também ficam graficamente mais claros. Há mapas, por exemplo, que comparam a evolução da população adulta frequentando cada etapa de ensino em 2000 e em 2010, por região. Eles aparecem dentro da seção sobre o perfil socioeconômico da população. Em alguns casos, é possível personalizar o mapa, acrescentando as informações que se deseja destacar. O Atlas pode ser acessado em sua versão integral no site censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas. Já a publicação impressa custa R$ 80.

Novo livro sobre a África

Em um trabalho que durou três décadas e envolveu 350 especialistas, a história do continente africano, desde a pré-história até a década de 1980, foi contada nas 10 mil páginas da coleção História geral da África. Publicados pela Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação (Unesco), os oito volumes foram traduzidos para o português em 2010 e desde então são de domínio público: migre.me/fOh93. Neste ano, a Unesco iniciou a elaboração de um novo livro, que tratará da diáspora africana, da migração dos africanos no mundo e da deportação durante o tráfico de escravos, além das mudanças após a Guerra Fria e do apartheid na África do Sul.

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Redação revista Educação


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