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Ricardo Tavares

Ricardo Tavares é diretor-geral da FTD Educação

Publicado em 29/04/2022

Novo Enem: um futuro cheio de possibilidades

Novo Enem trará novidades em sua estrutura e na matriz de competências e habilidades cobradas no exame

O novo ensino médio já está em implantação em todo o Brasil e mais uma novidade chega para os estudantes a partir de 2024: um novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dessa forma, de acordo com o cronograma divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), quem está em 2022 na etapa final da educação básica já deve se preparar para fazer o novo Enem em 2024.

Tantas mudanças, em tão pouco tempo, trazem muitos desafios que geram uma certa tensão e muita curiosidade, mas, também, fazem surgir novos caminhos e oportunidades, tanto para os estudantes, como para todo o ecossistema da educação, que envolve professores, gestores, escolas e outras empresas que trabalham com educação.


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O novo Enem trará novidades em sua estrutura e na matriz de competências e habilidades cobradas no exame. Em entrevista para o jornal O Globo, publicada em 20 de março, a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães, destacou que o novo modelo do exame deverá focar em pensamento crítico, criatividade, solução de problemas e ser menos conteudista.

Ou seja, o novo Enem passa a exigir dos estudantes novas habilidades e competências que estão completamente alinhadas com os desafios atuais do mercado de trabalho e que enriquecem os futuros profissionais que vão fazer parte da força de trabalho nas próximas décadas.

Uma das mudanças anunciadas para esse nome exame é que ele será realizado em duas etapas. A primeira vai abranger as competências e habilidades relacionadas à formação geral básica (FGB), de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com ênfase em língua portuguesa e matemática.

Além disso, nessa primeira etapa, os estudantes precisarão articular as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, e aprofundarão a compreensão de problemas complexos bem como a reflexão sobre suas soluções.

Já a segunda etapa estará ligada aos itinerários formativos, e irá requerer o desenvolvimento de novas habilidades que podem ser alcançadas pelo trabalho interdisciplinar e por metodologias que propiciem o estudante a desenvolver sua autonomia ao longo de todo ensino médio.

Nesta segunda etapa, o estudante poderá escolher entre as opções possíveis, qual avaliação referente aos itinerários formativos faz mais sentido com o percurso de estudos que ele desenvolveu nos três anos do ensino médio e o que ele deseja para o ensino superior.

Nesse contexto, o Projeto de Vida planejado e desenvolvido pelo estudante é essencial para os rumos escolhidos para os estudos e se consolida no Enem. Desta forma, Projeto de Vida, a preparação para o Enem e o exame, efetivamente, se conectam ao longo do ensino médio.

Com todas essas mudanças, além do trabalho realizado com os estudantes, as escolas e os gestores têm papel fundamental para dar todo suporte na preparação e adaptação dos professores, que são agentes importantes nessa jornada.

Já às demais empresas que trabalham com educação e aos sistemas de ensino cabem a produção de material adequado, desenvolvimento de conteúdo interdisciplinar, de habilidades e de competências, usando abordagens modernas e suportes digitais e impressos, coerentes com os desafios desse momento de transição.

Também devem ofertar aos estudantes e professores acesso a instrumentos avaliativos diversos e múltiplos que já antecipam os movimentos de mudança do Enem. Outros instrumentos são obras atualizadas e completas de acordo com o novo ensino médio; e temas de redação que apoiam o desenvolvimento de habilidades de argumentação e escrita. 

Serão dois anos de muito aprendizado conjunto para que em 2024, no novo Enem, todos os elos que formam a corrente da educação estejam unidos e fortes para preparar um futuro repleto de possibilidades para os estudantes rumo ao ensino superior.

Ricardo Tavares é diretor-geral da FTD Educação

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